segunda-feira, 18 de junho de 2012

Morta.

- Oi, o que você disse que iria me dizer?
- Eu?
- Sim, você. Disse na última mensagem que me mandou que queria me dizer muitas coisas. O que são?
Eu tremi. Senti que não podia respirar, nem ao menos me mexer, ele estava ali em minha frente, me perguntando o que eu sentia em relação a ele, me coração batia descompassado, alto de uma maneira que eu estava com medo que ele ouvisse mas as palavras não saiam, sim, eu estava com medo. Medo que ele risse, medo que dissesse que não é o mesmo que eu, medo que está com outro alguém, medo de ser tudo por nada.
- Você vai dizer ou não?
- Não era nada.
- Nada? e todas as outras coisas, era verdade?
- Quer saber? não importa! quantas vezes você já deve ter ouvido isso? desculpa, mas não trabalho no circo pra servi de palhaça pra você.
- Não é nada disso... você sabe que eu amo você!
- Sério? você nunca vai parar de mentir? não dá.
-Mas..
- Acabou! não dá, eu não acredito, eu não confio em você.
- Então..
- Vá embora, você tá livre pra brincar com quem quiser, mas comigo não. Vai embora, some da minha vida, por que eu espero nunca mais vê você.
- Então eu vou, mas eu também queria te dizer tantas coisas, mas me desculpe, eu realmente não sabia o que tinha em mãos.
-Vai, não quero mais ouvir você.
- Adeus, então.
-Adeus.


Não senti mais nada depois daquilo, pois todos os meus pedaços estavam espalhados por aí, eu não podia sentir raiva, tristeza, arrependimento, dúvida, odío, saudade ou querer vigança, eu não sentia mais nada, nada. Eu não iria correr atrás, nem pedir desculpas, não, eu não podia. Eu me sentia morta, eu estava morta, e quem está morto não sente nada.

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